quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Cólicas


As cólicas têm geralmente início pelas 2 a 3 semanas de vida e caracterizam-se por períodos de choro com cerca de 1 a 2 horas de duração, no final do dia, em que a criança chora desconsoladamente com pernas dobradas. Pode mesmo ter uma maior duração, levando ao cansaço dos pais que desesperados tentam acalmar o bebé sem resultados imediatos, estando a criança sem febre e bem-disposta antes do surto de choro.
«Para dizer que se trata de cólicas temos de excluir outras causas, por exemplo, se tem fome, ou se está desconfortável, e é importante que a mãe tenha a noção de que a criança, às vezes, chora porque quer que lhe prestem atenção», Dr. Herculano Rocha, chefe de serviço de Pediatria do Hospital de D. Maria Pia, no Porto.

O final do dia para além de ser o horário habitual das cólicas pode também ser a hora de maior serenidade na casa que esteve em turbilhão durante o dia o que por si ocasiona algum choro por parte do bebé como forma de manifestar o seu cansaço após o dia agitado. Daí que as rotinas façam parte integrante do cuidado do bebé.
Dr. Martins Roque, pediatra, director do Departamento de Medicina do Hospital de D. Estefânia, explica que «um recém-nascido tem o seu período de adaptação ao exterior, normalmente, com a duração de dois ou três meses. O choro está, muitas vezes, ligado à intenção do bebé chamar a atenção ou reclamar, seja contra o frio, o calor ou contra a dor. É neste fenómeno que se pode inserir a cólica, que se traduz por um choro intenso, sendo difícil sossegar a criança».

Geralmente as cólicas diminuem na sua frequência aos 3 a 4 meses, mas até lá são várias as tentativas de diminuir a distensão da barriga do bebé com uso de remédios tão variados como tradicionais e de eficácia pouco comprovada.

As crianças com cólicas são apesar de tudo bebés que se alimentam bem e aumentam adequadamente de peso, com observação normal.

Como tal aconselham-se os pais à utilização de métodos não farmacológicos para acalmar o bebé (que com o choro intenso engole ainda mais ar).
- banho em água morna no final do dia;
- massagem sobre a barriga no sentido dos ponteiros do relógio com utilização de um creme ou óleo sem perfume como o óleo de amêndoas doces

- deitar o bebé de barriga para baixo sobre a barriga da mãe
- e mesmo o recurso à ligeira trepidação de uma pequena viagem de carro (devidamente acondicionado na cadeira de transporte) ou aproximação da trepidação da máquina de lavar roupa
- e porque os ritmos repetitivos também parecem acalmar o tic-tac de um relógio ou o ouvir do coração da mãe

... se as cólicas se mantiverem frequentes e caso exista suspeita médica de intolerância para o leite adaptado dado ao bebé, também poderá ser necessária uma mudança (por vezes transitória) para um leite especial.
No caso dos bebés com aleitamento materno recomenda-se à mãe evitar alimentos que promovem produção de gás como o repolho ou o feijão.

Mas não se esqueçam que o choro não faz mal ao bebé e que eventualmente estes episódios acabarão por desaparecer.

Deixo por fim um link sobre massagem, recomendado por uma amiga e do qual gosto particularmente.

1 comentário:

Helena disse...

Achei este artigo muito interessante. A minha Mafalda também já teve imensas cólicas. Com a Mafalda resulta muito bem massajar-lhe a barriguinha, fazer ginástica com as perninhas e dar lhe umas gotinhas de aero-om.